A inspiração para a coleção vem da lógica e sensibilidade tão singular do artista sergipano, em conjunto com uma experiência pessoal com um grupo de pacientes de sofrimento psíquico. A arte de Bispo do Rosário brilha, por ter significado. Sua arte comunica um segredo oculto ao olhar trivial. Ela transforma o banal, codificando-o com significados, para que nos seja perceptível o seu encanto, ainda que não se perceba a mensagem real do artista. O banal instiga a mente. Quem vê os chinelos, pensa nos passos.
A influência da vida do marinheiro Bispo também é refletida em formas e volumes de âncoras, navios; nos azuis, incluindo o próprio índigo que se apresenta como mar. Da sua arte, o manto e os gibões se misturam, mesclando a vida militar e religiosa de Bispo. A suposta loucura e seu momento criativo na colônia são temáticos e se traduzem como linhas instáveis e repetições assimétricas, além de uma silhueta que ora enrosca e ora desprende do corpo. Outra técnica utilizada é a estonagem e o distroyed, “consertados” pelo acabamento simples do cerzido.
A coleção foi criada e desenvolvidas com estilo conceitual, muita maquetaria, shapes volumos e texturizados.
Os conceituais acessórios e o styling da coleção foi realizado junto a uma equipe de criação, da qual algumas pessoas foram participantes da Oficina de 2009.
Na passarela, confundiam-se modelos profissionais e profissionais de saúde (uma psicóloga, uma musicoterapeuta, uma agente comunitária e uma formanda em enfermagem.